Projeto de residência pública. Graziela Kunsch abriu a casa onde morava para artistas conviverem e realizarem exposições juntos. Entre 2001 e 2003 grupos de artistas de diferentes cidades brasileiras fizeram residências na casa, formando uma rede de trabalho e de afeto: Atrocidades Maravilhosas (Rio de Janeiro), Núcleo Performático Subterrânea (São Paulo), EmpreZa (Goiânia), GRUPO (que gerou o Grupo Poro, Belo Horizonte), Laranjas (Porto Alegre), Urucum (Macapá), Telephone Colorido (Recife), entre outros. A Casa da Grazi também era conhecida como centro de contracultura de São Paulo. Quando a artista se mudou para um apartamento, em 2007, as residências seguiram acontecendo. Entre seus últimos hóspedes estiveram o coletivo Cine Falcatrua (Vitória), as artistas Julie Ault e Katya Sander, o crítico e curador Simon Sheikh e os arquitetos Breno da Silva e Rafi Segal.
BIBLIOTECA
desde 2001
Além da organização de residências, um dos principais projetos da Casa da Grazi foi a biblioteca, aberta para consulta e empréstimo de livros. Atualmente Graziela leva recortes temáticos desta biblioteca para as suas exposições, disponibilizando seus livros para estudos e fotocópias.
HOTEL
2004
Projeto de residência em parceria com Jorge Menna Barreto, então novo morador da casa. Os artistas reformaram a edícula da casa e ali acolheram estrangeiros. Entre seus hóspedes estiveram Stewart Home (autor de Assalto à cultura), David Garcia (co-fundador do festival The next five minutes), Felix Stalder (http://openflows.org) e coletivo Yo Mango da Cidade do México. O hotel tinha café-da-manhã incluído; era o principal momento de conversa dos residentes com o hóspedes.
RESTAURANTE
2005
O restaurante funcionava no quintal da casa, oferecendo comidas cruas estritamente vegetarianas. Os convidados pagavam R$ 5,00 ou davam presentes à cozinha da casa. Projeto realizado com a moradora Toya.
Entre as exposições de artistas individuais realizadas na casa com curadoria de Graziela, em 2001, estão:
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André Komatsu, Daniel Camilli e Marcelo Cidade
Ruídos
Fábio Tremonte, Graziela Kunsch (co-curadoria de Ruy Cortez), Lia Chaia
Besta
Carolina Parra, Flavia Lobo de Felicio, Fellipe Augusto e Tiago Judas
Completamente avessa ao individualismo egocêntrico vigente em certos segmentos artísticos, Graziela Kunsch defende a socialização dos espaços com tanta coerência que sua própria residência se transforma diariamente em lugar de pouso e estadia para artistas de todas as partes do planeta, podendo ser igualmente o mesmo espaço aproveitado para exposições de propostas artísticas experimentais. Na contramão do capitalismo globalizado, a artista tem operado de modo ativo um processo ininterrupto de redefinição do conceito de arte.
Marcos Hill, crítico de arte e historiador