mesa de projetos

Urbânia 4 é uma revista sobre projetos de cidades. Muitas cidades crescem e se transformam sem que alguém tenha pensado em seu projeto, no entanto, diversas foram as oportunidades em que indivíduos e coletivos se debruçaram sobre a possibilidade de projetar novas cidades, modelos de espaço urbano comprometidos com modelos sociais e culturais.

A cada edição a revista Urbânia tem um formato diferente e neste quarto número ela assume a forma de um website [http://urbania4.org], instaurando um processo colaborativo de publicação e reforçando uma lógica de projeto, como as cidades estudadas – passíveis de constante reformulação. O arquivo do website urbania4.org será organizado em três seções, tomando emprestada a estrutura do manuscrito de Constant Nieuwenhuijs, New Babylon – Esboço para uma cultura, 1963-65, que apresentava o projeto da cidade New Babylon de três modos: “modelo de sociedade e cidade” (textos), “atlas” (imagens – maquetes, desenhos) e “crítica cultural radical” (a contraposição do modelo vigente de cultura com a cultura imaginada por Constant).

Ao reunir diferentes projetos a revista Urbânia 4 se propõe a investigar onde se localizam as utopias hoje, de modo a estimular a construção coletiva de um outro imaginário, de uma outra cidade. O projeto editorial busca refletir sobre o que as cidades poderiam ter sido e, fundamentalmente, o que ainda podem se tornar.

Projeto editorial Graziela Kunsch e Paulo Miyada
Design gráfico Vitor Cesar, em diálogo com Graziela Kunsch
Webdesign Roberto Winter

A pesquisa para a revista Urbânia 4 foi desenvolvida com bolsa que Graziela Kunsch recebeu do 47º Salão de Artes de Pernambuco (Fundarpe), sob orientação de Ricardo Basbaum.

Rede de colaboradores
Coletivos editoriais de revistas de arte e arquitetura estão sendo convidados como co-editores da revista Urbânia 4. Esses coletivos possuem login direto no website da revista e reagem ao projeto editorial a partir de suas próprias pesquisas, discussões e de suas redes de colaboradores.

Atividades especiais
2012
47º Salão de Artes Plásticas de Pernambuco
MAMAM
[Rua da Aurora, 265, Recife]
de 7 de dezembro de 2011 a 5 de fevereiro de 2012

ATIVIDADES ESPECIAIS DURANTE A EXPOSIÇÃO:

16/12, sexta-feira, às 15h30
Atividade Desurbânia com o i! – Laboratório de Inteligência Artística, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que estuda, entre outros temas, a Internacional Situacionista. Coordenação: Gentil Porto Filho

13/12, sexta-feira, às 15h30
Conversa com Edson Barrus sobre a revista Nós contemporâneos e a Má impressão editora.

20/12, sexta-feira, às 19h
Lançamento da revista Tatuí 12. Encontro do coletivo da Tatuí com as publicações Avoante (CE), Dazibao (SP), Elástica (RJ), LAB (PR) eReticências (CE). Na ocasião exemplares da revista serão distribuídos gratuitamente.

22/1, domingo, às 13h
Atividades do educativo do Mamam
Ocupe Mamam – uma cidade possível/venha pensar uma cidade diferente

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2010
29a Bienal de São Paulo

Terreiro Eu sou a rua
[Parque do Ibirapuera, portão 3, segundo andar]

18 de outubro, segunda, às 17h
A cidade como um projeto
Aula aberta com Pier Vittorio Aureli e Martino Tattara

24 de outubro, domingo, às 17h
Entrevista pública com Henry Erik Hernandez

28 de outubro, quinta, às 20h
História do futuro
Palestra de Milton Machado
O artista carioca, formado em arquitetura, apresenta trabalho em progresso iniciado em 1978 com uma série de desenhos e um texto descritivo. Revelou um sistema imaginário absoluto e hipercoerente, em que se articulam Mundo Imperfeito, Mundo Perfeito e Mundo Mais-que-Perfeito. Essa civilização mítica é habitada por personagens conceituais, como o Módulo de Destruição, uma máquina definitiva que faz e desfaz cidades; e o Nômade, minúscula esfera que luta contra as probabilidades para sobreviver em Cidades-Mais-que-Perfeitas. Iniciado como um projeto entre a utopia e a distopia, História do futuro foi-se transvestindo ao longo do tempo em literatura, filosofia, geometria e patafísica, a ciência do absurdo.

29 de outubro, sexta, às 20h
Megaestrutura revisitada
Palestra de Markus Richter
O curador alemão falará sobre uma mudança crucial nos projetos das vanguardas arquitetônicas entre 1965 e 1967: o abandono do aspecto estrutural em megaestruturas e o foco na elaboração de unidades menores, monádicas. Sob esse prisma, Markus analisará projetos que se desenvolvem a partir da referida transformação, como o Monumento Contínuo (Superstudio) e a No-Stop City (Archizoom). Por fim, irá discutir o recente interesse de artistas visuais na vanguarda arquitetônica dos anos 60.

31 de outubro, domingo, às 17h
Entrevista pública com Tom McDonough

1º de novembro, segunda, às 17h
Entrevista pública com Martin van Schaik

FILMES DENTRO DA PROGRAMAÇÃO DA 29A BIENAL
Terreiro A pele do invisível
[Parque do Ibirapuera, portão 3, terceiro andar]

Projeções dos filmes Brasília, contradições de uma cidade nova e New Babylon de Constant dentro do Programa 1 nas datas: 11/10 10h15 e 15h + 21/10 9h15, 14h e 18h + 10/11 10h15 e 15h + 20/11 13h + 30/11 10h15 e 15h + 10/12 9h15, 14h e 18h

Brasília, contradições de uma cidade nova
Joaquim Pedro Andrade, 1967, 30min
Imagens de Brasília em seu sexto ano e entrevistas com diferentes categorias de habitantes da capital. Uma pergunta estrutura o documentário: uma cidade inteiramente planejada, criada em nome do desenvolvimento nacional e da democratização da sociedade, poderia reproduzir as desigualdades e a opressão existentes em outras regiões do país?
Apoio: Filmes do Serro

New Babylon de Constant
Victor Nieuwenhuijs e Maartje Seyferth, 2005, 13min
O filme exibe imagens de arquivo do artista holandês Constant Nieuwenhuijs (1920-2005) apresentando o projeto da cidade New Babylon, onde o “homo faber”, que deve trabalhar para ganhar a vida, é subtituído pelo “homo ludens”, que dedica seu tempo ao lazer e à criação. Os trechos de arquivo são articulados com tomadas das maquetes construídas por Constant.

As atividades especiais integram o projeto Esboço para novas culturas esão uma colaboração da revista Urbânia 4 com os terreiros da 29a Bienal de São Paulo.

Programação dos terreiros da 29a Bienal Pedro França
Assistentes da programação dos terreiros da 29a Bienal Adriana Kachar Hernandes e Luiza Crosman
Produtor dos terreiros da 29a Bienal Michael Gibbons
Apoio para a palestra de Markus Richter Goethe-Institut São Paulo

Debates
A primeira atividade deste projeto editorial foi um conjunto de debates presenciais entre os dias 21 e 30 de outubro de 2010 no Centro Cultural São Paulo. Veja como foi a programação:

dia 21 de outubro, quinta, às 19h
ABERTURA

Introdução ao conjunto de debates e ao projeto editorial colaborativo da revista Urbânia 4.
com:
Graziela Kunsch

dia 21, quinta, às 19h30
BRASÍLIA

Reflexão sobre o projeto moderno brasileiro 50 anos após a construção de Brasília e tentativa de atualizar a aposta de Mario Pedrosa  – podemos ainda hoje pensar em Brasília ou no ato de planificação como uma “aspiração à síntese das artes”?
composição do debate:
Milton Braga, Martino Tattara e Rubens Mano
mediação:
Paulo Miyada, pela revista Urbânia 4

dia 22, sexta, às 19h30
HAVANA

Problematização do projeto socialista cubano e apontamentos para um outro projeto socialista, que no entanto aproveite boas experiências de Havana.
composição do debate:
Henry Eric Hernandez
mediação:
Beatriz Tone, pela revista Contraespaço/Usina

dia 23, sábado, às 11h
SÃO PAULO – parte 1

Diante de uma metrópole de imensas proporções, o desenho de redes e sistemas é uma estratégia possível para a reinvenção da cidade como uma unidade. Os equipamentos urbanos poderiam ser organizados como um desses sistemas? As escolas e os espaços públicos poderiam ser as unidades geradoras de uma nova São Paulo? A idéia desta discussão é retomar o projeto original dos CEUs –originalmente “Conjuntos de Equipamentos Urbanos”, reduzidos a “Centros Educacionais Unificados”. Toda a formulação deste projeto pressupôs a lógica de um sistema urbano, uma rede que aproximaria contextos distintos e lidaria diretamente com regiões de urbanização precária, onde a falta de equipamentos públicos é apenas uma dentre muitas questões sociais.
composição do debate:
Alexandre Delijaicov
mediação:
Adriano Carneiro de Mendonça, pela revista Noz

dia 23, sábado, às 13h40
Almoço coletivo
no jardim do Centro Cultural São Paulo

dia 23, sábado, às 15h
SÃO PAULO – parte 2

No momento em que a expansão do metrô de São Paulo – restrita principalmente aos bairros de classe média – e o Rodoanel são usados como principais bandeiras políticas do governo do Estado, a recuperação do projeto Tarifa Zero para o transporte coletivo desta cidade e a proliferação de bicicletas e ciclofaixas desenhadas pelos próprios ciclistas pelas ruas aponta caminhos mais radicais e revolucionários para superação da “sociedade do automóvel”.
composição do debate:
Lucio Gregori e Thiago Benicchio
mediação:
Renata Marquez, pela revista PISEAGRAMA

dia 23, sábado, às 17h40
Café coletivo
embaixo da marquise entre a calçada da Rua Vergueiro e a Sala de Debates

dia 23, sábado, às 18h
LUANDA

Projeto de reconstrução e crescimento acelerado de uma cidade enriquecida após 27 anos de guerra civil. Enquanto Angola se consolida como uma das economias que mais rapidamente cresce no mundo, sua capital transforma sua paisagem com intervenções grandiosas que abrangem habitação social, centros culturais, obras de infraestrutura e aeroportos.
composição do debate:
Nilton Vargas e Leila Leite Hernandez
mediação:
Pedro Gadanho, editor da série de livros Beyond

dia 30, sábado, às 15h
NEW BABYLON

Mais que um projeto de cidade, a New Babylon é o projeto de um novo homem, que iria “transformar e recriar o meio natural segundo as suas novas necessidades. Em vez de ficar passivo diante de um mundo que não o satisfaz, ele vai criar um outro, onde poderá ser livre. Para poder criar a sua vida, precisa criar esse mundo. E essa criação, como a outra, são parte de uma mesma sucessão ininterrupta de criações. New Babylon só poderá ser obra dos seus habitantes, unicamente produto de sua cultura. Para nós, ela só é um modelo de reflexão e jogo” (Constant).   
composição do debate:
Martin van Schaik e Tom McDonough
mediação:
Graziela Kunsch, pela revista Urbânia 4
O debate será precedido pela projeção do filme New Babylon de Constant, de Victor Nieuwenhuijs e Maartje Seyferth
neste dia haverá tradução simultânea

dia 30, sábado, às 17h40
Café coletivo
embaixo da marquise entre a calçada da Rua Vergueiro e a Sala de debates

dia 30, sábado, às 18h
ASSENTAMENTO IRENO ALVES DOS SANTOS/VILA BARRAGEIRA

Projeto de cidade imaginada e construída coletivamente dentro do primeiro grande assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e as forças contrárias a este projeto. A questão da autogestão na produção das casas do assentamento levando à produção de uma cidade autogerida.
composição do debate:
Pedro Fiori Arantes, Elemar Cezimbra/MST e Gabriel Kogan
mediação:
Ariel Jacubovich, pela revista UR
neste dia haverá tradução simultânea

Curadoria Graziela Kunsch e Paulo Miyada
Organização Graziela Kunsch – Editora Pressa
Assistente de produção Luiza Proença
Projeto gráfico Vitor Cesar
Programação do website urbania4.org Roberto Winter
Agradecimentos a todos os colaboradores, alunos do EPA (FAUUSP) e trabalhadores das diferentes instituições envolvidas neste projeto
Co-realização Centro Cultural São Paulo
Apoio institucional Centro Cultural da Espanha em São Paulo, Goethe-Institut São Paulo e Fórum Permanente

Este projeto foi contemplado pela seleção pública de debates presenciais do Programa Cultura e Pensamento 2009/2010, do Ministério da Cultura. A pesquisa para a revista Urbânia 4 foi desenvolvida com bolsa do 47º Salão de Artes Plásticas de Pernambuco (Fundarpe).