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Há muitos meses não entro aqui e não sei se esta publicação irá circular ou ser vista por alguém. Mas estou me preparando para uma aula que vou dar hoje no curso de extensão “A arte militante contemporânea”, na Unifesp, organizado pela professora Yanet Aguilera e o grupo de pesquisa MAAR, envolvendo um monte de gente interessante da América Latina, e fiquei com vontade de compartilhar aqui a obra-arquivo “Excertos da Vila Itororó”. Faz dois anos que não publico nenhum excerto ali e já estou distante da Vila (imagino que vou levar uns anos até conseguir estar de volta neste contexto, atuando e documentando). Então hoje estava vendo o meu próprio trabalho como público. Encontrei coisas que eu mesma já não me lembrava, como os espaços em branco, com excertos por vir. Reli o lindo texto do Benjamin Seroussi, que foi meu curador nesse processo. É um trabalho carregado de tempo e que exige também tempo de dedicação de quem quiser vê-lo. Deixo aqui a página https://vilaitororo.naocaber.org/ para quem quiser se aventurar. Às vezes o link está indo erroneamente para outro arquivo meu, ainda em construção. É só tentar atualizar mais vezes, até dar certo. E quem quiser acompanhar a aula de hoje, será entre 17h30-19h30 e ficará pública no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=jjLaMlZsyJs
O nome da aula é “Prática documentária, filmes não realizados”.

(Post de Facebook, fevereiro de 2021)

Curso em Vitória-ES entre 5 e 8 de julho de 2017, na UFES e no Mucane – Museu Capixaba do Negro. Projeto Cápsula – curadoria de Clara Sampaio e Gabriel Menotti

Atividade aberta: Escuta-fala com Graziela Kunsch
A vontade de compartilhar experiências com quem tiver interesse em me escutar será igual à vontade de ouvir o que as pessoas quiserem me dizer

Em arte contemporânea, especialmente nas práticas de inclinação investigativa (de um determinado contexto, de um determinado grupo) ou de inclinação pedagógica, muito se fala na importância de “escutar”. Mas como se dá uma escuta atenta? Como ouvir o silêncio? Como silenciar, antes de falar? Como começa um diálogo verdadeiro? (mais…)

Ontem terminei meu doutorado e foi tudo muito intenso. Antes de poder pensar em respirar ou sentir alívio e elaborar um pouco sobre toda essa intensidade, me vi dentro de um novo julgamento público, muito mais cruel que o julgamento pela universidade. Sem escuta alguma, sem confiança e sem respeito pelos esforços coletivos meus e de outras pessoas.
Se desfazemos afetos e amizades com tanta facilidade, se perdemos respeito uns pelos outros, que transformação queremos para o mundo?
Viver e deixar viver, respeitar sempre os esforços das pessoas queridas e continuar fazendo luta cotidiana. Essa que leva tempo, nem sempre é visível, e encara as contradições da vida real.
A esquerda não precisa inventar mais inimigos; precisa cuidar mais dos amigos.

filme de Jean Rouch e Edgar Morin, 1960

Rouch: Então, Edgar, o que você pensa desta projeção?
Morin: Bem, penso que é interessante porque, todas as coisas consideradas, tudo o que foi dito, pode ser resumido em duas coisas: ou as personagens são reprimidas por não serem suficientemente reais, por exemplo, Jacques reprime Angélo por ser meio ator quando está com Landry, ou eles são reprimidos por serem muito reais, como quando Maxie, esposa de Jacques, reprime Marilou por se desnudar diante da câmera. O que significa isso? Isso significa que chegamos a um certo estágio onde investigamos uma verdade que não é a verdade das relações cotidianas… Fomos além disso. Tão logo as pessoas são um pouco mais sinceras do que são na vida real, os outros dizem, “você é um mau ator, você é um ator”, ou dizem ainda, “você é um exibicionista”.
Rouch – É…

cartaz mais impostos para os ricos com madeirite
Hoje abre a exposição Aparelhamento, da qual participo com esse cartaz escolhido da série “Pela democracia mesmo”, que será leiloado para colecionadores de arte no sábado. (A obra foi pensada mais para o leilão que para a exposição). (mais…)

Quando há separação entre palco e plateia eu gosto de me sentar o mais perto possível do palco, para me sentir mais dentro do acontecimento cênico. Ontem eu me sentei na última fileira do teatro da Funarte São Paulo ocupada e mesmo assim fui totalmente envolvida pelo show da Ava (e de tantos outros/outras que a acompanhavam; no cartaz não havia separação entre todos os nomes anunciados e no palco também não). Este registro em vídeo da primeira música não faz jus ao show, que eu escolhi viver e não filmar (ainda que, normalmente, essas duas coisas sejam indissociáveis para mim). É uma câmera pequenina e parada, lá de longe, (mais…)

Excerto do show Encarnado. Casa de Francisca, São Paulo, 30 de abril de 2014.

Três músicas seguidas: Xote de navegação (Chico Buarque), Odoya (Juçara Marçal) e Ciranda do aborto (Kiko Dinucci)
Juçara Marçal – voz
Kiko Dinucci – guitarra
Rodrigo Campos – cavaquinho
Thomas Rohrer – batedeira/rabeca

câmera: Graziela Kunsch
(celular)